quarta-feira, 11 de junho de 2008

Hepatites Virais, um alerta necessário

No último dia 19 de maio foi lembrado o Dia Mundial da Hepatite e, com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre os riscos das hepatites B e C, várias cidades brasileiras organizaram uma programação de eventos. Passeatas, caminhadas, distribuição de material informativo, testes de detecção, palestras, seminários, entre outras atividades foram realizadas por diversas instituições e organizações não-governamentais (ONGs).

Os eventos fazem parte de uma campanha mundial chamada "Sou o número 12?", coordenada por uma ONG recém-criada, a World Hepatitis Alliance (WHA). A WHA representa em torno de 200 grupos de pacientes portadores de hepatite B e C em todo o mundo. A World Hepatitis Alliance (WHA) lançou uma campanha de conscientização que faz a seguinte pergunta: "Sou o número 12?".Em todo mundo, 1 em cada 12 pessoas convive com a hepatite B ou C. A maioria delas não sabe que tem a doença.

Difundir informação sobre as hepatites B e C é um dos objetivos da campanha Sou o número 12? Informação é importante para que as pessoas façam o teste diagnóstico e procurem tratamento.Se nada for feito de imediato, mais de 1 milhão de brasileiros poderão desenvolver cirrose ou câncer no fígado nos próximos 15 anos. O custo social, com perda da capacidade de trabalho, aposentadorias, tratamento da cirrose e prováveis transplantes de fígado, será infinitamente superior ao que seria gasto com detecção e tratamento dos infectado.

Em função dessa epidemia, que atinge cerca de 500 milhões de pessoas em todo o mundo, a WHA propõe que os governos dos países afetados pela moléstia trabalhem para efetivar 12 metas até o ano de 2012. O documento pede, entre outras coisas, a realização de duas campanhas anuais (em rádio, televisão, jornais e revistas) para divulgar a doença e reduzir o estigma; a disponibilização de testes de detecção gratuitos e anônimos; a divulgação pública da real incidência das hepatites virais e a disponibilização das vacinas das hepatites A e B para toda população.Em alguns países as 12 metas já estão cumprida.

A campanha da World Hepatitis Alliance foi lançada oficialmente na segunda-feira (19/05). A WHA, que reúne 200 organizações não-governamentais de todo o mundo, irá divulgar a iniciativa em 64 países, incluindo o Brasil. "Nós temos uma epidemia dez vezes maior que a AIDS", afirma Carlos Varaldo., diretor de ONG brasileira. "O quadro é trágico", alerta. Para Varaldo, essa é uma epidemia "silenciosa". O próprio ativista começou a atuar na área após descobrir ser um portador da hepatite C, da qual ele se diz curado.

Apenas no Brasil, a estimativa é de que as hepatites B e C afetem entre 5 e 6 milhões de pessoas. No caso do HIV, esse número é de cerca de 600 mil indivíduos. Dados de ONGs mostram que um em cada 3 soropositivos estaria em tratamento no país. No caso da hepatite C, seria um em cada 350. Quando se fala em hepatite B, o número é ainda pior: apenas 1 em cada 1.000 indivíduos afetados pela moléstia estaria em tratamento.

Nós damos uma exposição extraordinária para o HIV. Para as hepatites virais, no entanto, estamos numa espécie de "ostracismo", lembrando que, nos casos de acidentes com agulhas contaminadas, o risco de infecção pelo HIV é 1 para 300. Para o vírus da hepatite C, esse risco é 1 para 30. No caso da hepatite B, o risco de alguém se infectar, com uma agulha contaminada, é de 1 para três acidentes.

Portanto, idealmente pessoas com exposição de risco, como relação sexual sem preservativos, usuários de drogas, recebedores de transfusão há mais de 15 anos, histórico familiar de hepatite, mesmo assintomáticos devem realizar exames sorológicos para descartar a hipótese de portador crônico e desenvolver complicações relacionadas a cirrose em um período que varia entre 10 e 20 anos pós contato com o vírus.


fonte: Último Segundo




------------------------|
Fábio Santos
Assessor em Comunicação
Laboratório Oswaldo Cruz - Saúde com qualidade
www.oswaldocruz.com
(12) 3946 3711

Nenhum comentário: